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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eventos de 2011

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Posse na Cadeira Alberto Lamego do IHGN



                                                                              
           




Prêmio melhor Cyber artista 2011

POSSES  
ACADEMIA NITEROIENSE DE BELAS ARTES
Instituto  Histórico e Geográfico e Niterói
Doutor Honoris Causa
Medalha DEBRET












Discurso de Posse no IHGN

                Os Lamego - Intelectuais Universais e o Universo  do  Rio de Janeiro

Prof Dr Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella
Sumário
Nesta ocasião, apresenta-se uma reflexão breve sobre a vida e a obra dos Lamego,  dimensionando sua importância para o Rio de Janeiro na divulgação universal da riqueza e valor desta TERRA, sua Cultura e sua Gente. A obra dos Lamego  é também situada como facilitadora, inspiradora e orientadora  dos  caminhos trilhados pelo empossado na literatura etiológica etnográfica de sociedades ágrafas e na iconografia correspondente em que produziu extensa obra de artes  digitais, bem como nas pesquisas de campo sobre cultura organizacional nas empresas fluminenses. Aborda-se também a ligação deste empossado no IHGN Instituto Histórico e Geográfico de Niterói com a figura do antecessor Péricles Sodré. (discurso de posse na cadeira numero 05 patronímica de Alberto Frederico de Morais Lamego)
                                           Alberto Ribeiro Lamego (1896 – 1985)
Agradecimentos Não se pode deixar de registrar primeiramente o orgulho de desfrutar  do honroso momento de ser empossado nesta prestigiosa instituição de Cultura e Ciência que tanto tem contribuído para o desenvolvimento  da História e Geografia universais. Em particular, ressalta-se a admiração geral que  despertam paladinos da Cultura que têm lutado incansavelmente, muito além da mera dedicação profissional e estimulando este emposssado a assumir a cadeira Lamego. Destacam-se personalidades niteroienses como Marcus Vinicius Varela,  Edson de Luna Freire, Carlos Monaco e muitos outros que ecoam as realizações desta valorosa e mui leal Niterói e de sua gente. Figurativamente, já  previa Gabriel Soares a Grandeza desta terra :
É tamanha cousa o Rio de Janeiro da Bôca para dentro que nos obriga a gastar o tempo em o declarar neste lugar, para que se veja como é capaz de se fazer mais conta dêle do que se faz…”  Gabriel Soares: Trat. Descr. Do Brasil - 1587
Introdução: Poucas vezes se encontra um intelectual da envergadura de Lamego Pai com uma obra tão relevante para a História e a  Geografia regionais e  que tenha conseguido projetar estes saberes universalmente. Alberto Frederico de Morais Lamego (1870 – 1951) natural de Itaboraí, desde cedo mostrou sua inquietude e sede de saber. Estudou Direito em Recife e Ciências Jurídicas e Sociais em São Paulo. Radicado em Campos dos Goytacazes desde 1893, lá constituiu família, montou banca de advocacia, militou na imprensa e foi guindado a  diversos cargos federais. De 1906 a 1920 sucessivamente viveu na França, Bélgica e Portugal, tempo em que realizou impressionante levantamento de documentos e obras raras sobre a História Fluminense, Carioca e do Brasil em arquivos, leilões  e livrarias. Este grande acervo coletado  e organizado meticulosamente deu origem à sua Coleção Brasiliana.  De volta ao Rio de Janeiro, no Solar dos Oirizes, na planície Goytacá, escreveu também sua  obra prima – Terra Goytacá. Só estas realizações já fariam de Lamego Pai um destaque na Cultura Mundial. No entanto, teve ele o orgulho e a felicidade de deixar um legado  ainda mais precioso que garantiu a continuidade de seu trabalho: seu  próprio filho Alberto.
Alberto Ribeiro Lamego (1896- 1985)– o Lamego Filho- foi um campista bem à frente de seu tempo. Com uma educação impecável, culminando com estudos superiores na Royal School of Mines e Licenciado em Ciências pela Universidade de Londres, contribuiu não apenas com uma prolífica e valiosa produção intelectual, mas foi inclusive capaz de prenunciar em 1944 no artigo A bacia de Campos na geologia litorânea do petróleo,  o potencial petrolífero da região com a descoberta do Campo de Garoupa em 1974.  Só não previu o assalto que União e estados não produtores desencadearam sobre Petróleo do Rio. Ele herda de seu pai uma característica fortíssima de amor profundo pelo Rio de Janeiro o que mostra sua grandeza também como ser humano sensível. Toma o cuidado até de iniciar seus livros com declarações de  personalidades históricas de louvor e estima por este Grande Estado. Debuxa o colorido panorama deste Grande Estado que é  o  coração da cultura lusófona nas Américas , sede da economia criativa no país e principal motor produtivo  com  ênfase em suas cidades – matrizes: Rio de Janeiro (única marca nacional universalmente  conhecida há quinhentos anos desde a obra de Américo Vespúcio, ex-capital de vice Reino, de Reino Global, de Império e de República) e Niterói (sua cidade irmã, também uma ex-capital e farol de cultura fluminense).
A obra de Lamego Filho e seus destaques:  Além de uma bem sucedida, reconhecida e diversificada carreira, Lamego – também poeta e músico - combina postos executivos com atividade acadêmica de alto nível. A partir de uma experiência profícua e olhar agudo, ele produz a partir dos fundamentos de sua expertise geológica uma obra profunda e abrangente que aborda temas históricos, culturais, antropológicos, econômicos e sociológicos sempre oferecendo ao leitor uma agradável mas rigorosa visão descritiva, analítica e prospectiva. Cobrindo mais de três décadas de trabalhos, sua obra se constitui de mais de 40 itens de alto valor até hoje citadas e valorizadas por pesquisadores, jornalistas e leitores em geral. Destacam –se em sua obra os trabalhos O Homem e a Guanabara e as Invasões Francesas no Rio de Janeiro. Na primeira, apresenta um estudo de grande  importância, de descrição das riquíssimas culturas irmãs Carioca e Niteroiense e sua contribuição para a formação do caráter de todo o Brasil e de influência sobre as demais culturas lusófonas nos quatro cantos do mundo. Na segunda  obra, além de uma interessantíssima, rigorosa e detalhada descrição dos eventos da invasão, ele reabilita a imagem do Governador Francisco de Castro Morais (que saiu de endeusamento após a derrota de  Duclerc para acusação de traição pela capitulação da cidade diante de Duguay- Trouin em 1711). Sua pesquisa nos Arquivos de Marinha e Ultramar, hoje Arquivo Colonial, cobrindo documentos oficiais e correspondências particulares,  com  método e espírito detetivesco,  transcreve e analisa os fatos históricos da época e resgata  a verdade da inocência do Governador Castro Morais, comprovando a restituição de seu posto, indenizações pelos vencimentos atrasados e recompensa por danos diversos. Lição que o governo atual poderia aprender especialmente com relação aos professores que vão sendo sangrados sistematicamente por políticas suicidas  de abandono da Educação em Ciência.
A ligação da cadeira com os trabalhos dos  ocupantes A sensação de irmandade entre este modesto empossado e o ilustre patrono da cadeira do IHGN é imensa pelo amor pela Terra Fluminense, pelo interesse em Análise Prospectiva, e pelo interesse em História da Cultura Fluminense em particular pela cultura organizacional, pelas artes iconográficas e literárias das sociedades ágrafas dos povos que aqui viveram vindos de vários pagos mundo afora. Por outro lado, ainda pela sensação de cumplicidade como confrade  acadêmico em que a Verdade é sempre buscada sem preconceitos, sem paixões mas com curiosidade eterna e infinita. E por fim, pela tentativa de levar ao mundo profissional e oficial  o conhecimento e o método das Ciências. Quanto ao antecessor Sodré, mantém o empossado as afinidades de atividades executivas e pinturas com referências históricas e inúmeros amigos comuns, como se verá em seguida. Péricles de Mello da Rocha Sodré morreu de infarto do miocárdio, em 16/04/ 2011.  Foi pintor e executivo de estaleiros. Era filho do também pintor Diógenes Sodré. Mineiro de BH, onde nasceu em 1936, começou a pintar aos 10 anos, com Ary Duarte, Aluisio Vale, o pai (Diógenes Sodré) e Tolentino.

                                                   Péricles Sodré (1936 – 2011)
 Viveu em Niterói, Angra e nos últimos tempos em Araruama, com  a filha Valéria. Destacou-se, como a maioria dos pintores de Niterói, em pintar marinhas.  Sua contribuição maior para a História de Niterói e do Rio de Janeiro foi documentar portos  e atracadouros da Guanabara em imagens vivas e ricas por meio de painéis históricos. Foi executivo da Verolme em Angra. Lá trabalhou com um primo do empossado, Clive Pullen Freire, ex-executivo da Shell, que era um dos sócios de Peter Landsberg - Presidente da Verolme (vizinho deste empossado na Rua Piratininga na Gávea) . Uma de suas obras primas documenta um estaleiro raro em Ponta D’ Areia especializado em barcos de Madeira.
                                                       
E outra ilustra o antigo cais da Cantareira em Niterói.
                      
Sodré era marinhista profissional tendo largado tudo para se dedicar à pintura. Alguns de seus painéis adquiridos pelo Banespa foram avaliados pela crítica especializada entre U$SD30,000 e U$SD100,000.00. Participou de diversos movimentos de arte como os da Parthenon e Moldarte entre outros. Lecionou em cursos livres do Paumar Centro de Artes no Leme  na Cidade do Rio de Janeiro, como titular de Desenho (no Atelier e ao ar livre) de figura humana,  retratos, bem como pintura a óleo – acrílica, explorando diversos estilos como Realismo, Barroco, Neo - Realismo, Impressionismo,  Expressionismo,  Abstracionismo, realizando com seus discípulos inúmeras visitas a Museus,  Galerias e Exposições. Jogava vôlei de praia recreativo onde se destacava por sua grande estatura e companheirismo. Há relatos também de sua capacidade gastronômica e de mestre cuca, tendo criado um famoso angu diet, feito com miúdos de frango e o “nem burro agüenta”, um prato,  assim descrito por PAULO FREITAS jornalista fluminense e amigo do ilustre confrade, “ ...feito com canjiquinha amarela cozinhada por três horas para não dar azia. Além da canjiquinha, que forrava o fundo do prato, tinha carne-seca picadinha, chicória e torresmo. Dá um suador, uma moleza… de fato, nem burro agüenta .
Conclusão Em tudo e por tudo este é um momento de glorificação da cultura do Rio de Janeiro  e de Niterói, bem como  de celebração da perenidade do trabalho e da mente  de um grande cidadão fluminense e sobretudo  representa um renascimento e um compromisso conjunto pessoal e institucional de   preservação da memória e expansão dos interesses  dos Lamego, da continuidade de uma nobre linha sucessória intelectual na cátedra patronímica 05 que se inicia com Sodré e também deste Instituto por intermédio das pesquisas e escritos de seu herdeiro intelectual que hoje é empossado. Para que não haja um dia em que não nos lembremos, não preservemos e não amemos a nossa grande terra, a nossa rica cultura e a nossa boa gente. Para que haja uma política mais limpa que respeite os direitos dos fluminenses sobre o petróleo do Rio e sua liberdade. Para que sejam perenizados os valores da Ciência e da Liberdade em nossa terra às margens desta maravilhosa Guanabara da qual se fala:
1572 Esta é a mais fértil e viçosa terra (Gandavo)
1585 É a mais airosa e amena baía ( Anchieta)
1766 Nada é mais rico que o cenário destas paisagens ( Bougainville)
1773 Esta terra é um paraíso terrestre (Parny)
1816 Quem seria capaz de  descrever as belezas que apresenta a baía do Rio de Janeiro, este porto … que poderia conter todos os navios da Europa? ( Saint – Hilaire)
1832 Vistas esplêndidas que são tão comuns  em toda parte no Rio de Janeiro ( Darwin)
1941 Não há cidade mais bela no mundo (Stefan Zweig)
Assim, com esta declaração de amor, se encerra esta pequena alocução com os agradecimentos finais  pela atenção e paciência da platéia e dos leitores.
                                                                    
      Prof Dr Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella
  Com uma obra desenvolvida ao longo de mais de 40 anos, o professor Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella, carioca nascido em 1945, tem trabalhos que cobrem diversos campos de História, entre os quais se destacam História e Filosofia da Ciência e Tecnologia, História da Cultura Organizacional Fluminense e História do Comportamento de Consumo Carioca. Sua atividade engloba ainda o uso pioneiro de Arte Digital em Estudos de História, Iconografia e Contos de sociedades ágrafas brasileiras e das Américas. Físico com Mestrado em Informática  pela PUC RIO, obteve um Master of Science (reconhecido no Brasil na área de Engenharia de Produção) na University of Newcastle Upon Tyne onde fez extensa pesquisa conduzindo a seu Doutorado  em Sistemas e Computação na UFRJ, pos-doutorando-se em psicologia de organizações informatizadas em programa IBM – USP.  Foi pesquisador na PUC Rio, IBM e UFF, publicou mais de 250 artigos e 30 livros, em diversos campos do conhecimento. Colaborou em mais de 300 matérias na mídia, sendo laureado  com mais de 50 premios nacionais  e internacionais. Executivo de consultoria, dirigiu firmas internacionais  de serviços e indústrias nacionais de telemática e serviu em cargos técnicos, em órgãos da Presidência da República, no Rio e em Brasília.  Atua hoje como Perito, árbitro e mediador em Ciências Forenses e Coaching. Palestrante dos mais requisitados, apresenta seminários empresariais no continente americano, atendendo a mais  de cem clientes ativos de prestígio. Autor, roteirista e apresentador de vídeos tem diversos produtos de sucesso no mercado executivo. Sua obra em arte digital, iniciada em 1964, é aplicada à literatura, dramaturgia e pintura, sendo reconhecida internacionalmente por seu pioneirismo, encontrando-se em diversas coleções particulares no Brasil, Argentina, Uruguai, Itália, Inglaterra, EUA e em galerias e lojas de decoração do pais.  Seu trabalho iconográfico ilustra e ilumina seus estudos em História  das tradições orais nas Américas.  Destaca-se de sua extensa obra seu best seller MORANDUBETÁ festejado internacionalmente tendo sido convertido em peça de teatro e vídeo.